UM PINHEIRO JUNTO AO TEJO

Junto à minha janela vive um pinheiro,

Tapando com sua sombra outras vidas,

É um pinheiro tão concreto e ordeiro,

Que nem lá vivem as tenazes formigas.

As outras árvores são deveras rasteiras,

Pois não têm como absorver o sol,

E só umas teimosas e esguias nespereiras,

Fazem aí sua parcela de vida e arrebol.

Ao longe, o Tejo, brinca com tudo isto,

Pois ele sabe que, pelos intervalos dos ramos,

Pode ser vislumbrado… por nós visto.

Que rio tão vaidoso, que veste a enseada,

Desde a cidade até onde menos o esperamos,

Lá vai ele, até à distinta tapada.

Jorge Humberto

18/04/07

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 21/04/2007
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