SOZINHO NA ARCA DE NOÉ
Vem de onde tão estranha sensação?
Esta da vida que ao pesar dos anos
invade o pulsar de um velho coração,
realçando na mente os desenganos.
Em que parte do infinito fui buscar,
tão implacável e triste sentimento?
De que a vida começa como sonho.
Finda só, em pesadelo e sofrimento.
Sofrimento pela verdade faltante.
A mentira finita, o final medonho.
Ledo engano, que a própria vida é.
Uma dúvida intrigante e constante.
Que faz do coração um navegante.
Náufrago e só, numa arca de Noé.