FLORINEZ
Ouvi um cântico à bela Inês,
que morta foi ainda mais linda;
No canto do gênio português,
em versos de beleza infinda.
Ouvi Bilac exaltar-te, última flor!
quase morta mas ainda exultante;
num parto fúnebre... e indolor,
inverso da Inês do grande infante.
Semimorta ainda te vejo, última flor!
E sofro por me faltarem dos gênios;
a bela arte e o grandíssimo pendor.
Que os tivesse eu, com certeza...
meu canto a ti soaria por milênios,
pois morta vives, em eterna beleza!
Araken Brasileiro