O ÚLTIMO FAROL

E o velho pescador já não podia mais navegar.

Sua vida, em noite profunda, perdeu o seu norte,

no barco perdido, nas ondas escuras do mar.

Em noite horrenda, no frio prenúncio da morte.

Morte furtiva a espreitar-lhe o derradeiro momento.

Das últimas dores, das últimas e perdidas ilusões.

Das vagas errantes levando-o ao porto sofrimento.

Porto de ansiedades, âncora de iludidas paixões.

E o barco a soçobrar na noite escura sem farol.

E o velho a pelejar, luta contra as ondas do mar.

E num instante a vida lhe acena um último arrebol.

E o velho em sua luta, busca em fim a salvação.

Altivo conduz o barco para a luz do salvamento.

E desaparece, em negro e profundo turbilhão.

Araken Brasileiro