SOSSEGADO

Fui no tempo de outrora um desprezado...

Censurar-me a mim mesmo foi defeito!

Tão ornado em virtude e tão suspeito,

sou ferido em lembranças do passado!

Nas injúrias das faltas afogado

não há peito de amor! Não há respeito!

Que mal faço? Que mal tem meu conceito?

Não me encurvo... Essa culpa é teu legado!

Teu fantasma me espanta algum momento

renovando o odor do sofrimento...

Sim! Na inveja te alargas tão sincera!

Não mais sujas meu céu que hoje se esplende!

Eu entendo que o tempo tanto ofende...

Meu viver irrompeu-se em primavera!