TEMPESTADE

Galhos desnudos buscam o infinito,

qual se pedissem, do sol, a benesse;

folhas dispersas dançam louco rito,

o vendaval se espalha…Eis que anoitece.

(e no meu peito, coração contrito,

tristeza tanta, quase me ensandece!).

Nuvens se chocam, em feroz conflito,

trovões urrando um canto que ensurdece…

Raios nervosos, traçam estranho escrito

no plúmbeo céu…O dia, então fenece.

E a chuva chega, aos prantos, desvairada,

derruba sonhos, faz da vida um nada…

E uma saudade, que em meu corpo cresce,

faz-se tormenta…quando a noite desce!

(in Sonetos em Dor Maior)

Patricia Neme
Enviado por Patricia Neme em 17/10/2013
Reeditado em 13/10/2014
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