ASAS CORTADAS

Como eu quisera ser ave liberta

para alçar voo em tua direção;

és nobre, digno... A pousada certa

para quem tem, por porto, a solidão.

Como eu quisera, dar-te por oferta

os toques meigos da minha emoção.

E essa ternura, que vive encoberta

no fundo d'alma... E espera... Espera em vão.

Como eu quisera, mas sou prisioneira

do amor maior, que me possui, inteira,

por quem responde com cruel desdém.

Se eu fosse livre desse sentimento...

Não fosse d'outro o meu final alento...

Contigo iria, pelos céus... E além!

(in Sonetos em Dor Maior)

Patricia Neme
Enviado por Patricia Neme em 14/10/2013
Reeditado em 13/10/2014
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