ENSANDECIDAMENTE
Não mais houvesse em mim a nostalgia,
esse vazio intenso a me rondar...
Não mais tu fosses a melancolia,
qual fera, eternamente, a me espreitar...
Se eu me despisse, enfim, dessa agonia
de não ver-me espelhada em teu olhar...
Se eu fosse o amanhecer da calmaria,
que faz nascer o céu do meu voar...
Por mais que eu mude o rumo dos meus passos,
anseio meus caminhos nos teus braços...
Eu fujo... Fujo... Fujo... E eis-me aqui.
Qual rio busca o leito do oceano,
- és meu bem mais sagrado... E mais profano...-
Ensandecidamente... Eu busco a ti!
(in Sonetos em Dor Maior)