ENSANDECIDAMENTE

Não mais houvesse em mim a nostalgia,

esse vazio intenso a me rondar...

Não mais tu fosses a melancolia,

qual fera, eternamente, a me espreitar...

Se eu me despisse, enfim, dessa agonia

de não ver-me espelhada em teu olhar...

Se eu fosse o amanhecer da calmaria,

que faz nascer o céu do meu voar...

Por mais que eu mude o rumo dos meus passos,

anseio meus caminhos nos teus braços...

Eu fujo... Fujo... Fujo... E eis-me aqui.

Qual rio busca o leito do oceano,

- és meu bem mais sagrado... E mais profano...-

Ensandecidamente... Eu busco a ti!

(in Sonetos em Dor Maior)

Patricia Neme
Enviado por Patricia Neme em 13/10/2013
Reeditado em 13/10/2014
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