CALEM-SE!
Que haja silêncio, o amor, tão mal amado,
adormeceu ao beijo do luar.
A recobrí-lo, pálio constelado,
onde anjos tecem tramas do sonhar.
Cale o jasmim, seu canto perfumado,
e que as corujas deixem de piar.
Só não se cale o verso enamorado,
que a viola triste teima em soluçar.
Talvez as notas cheguem, de mansinho,
a um coração que ao longo do caminho,
perdeu-se em nuvens de ilusão... Qual pó!
E o arrebate, até que, enfim, entenda,
que só o carinho é que constrói a senda,
para que o amor não mais esteja só.