CALEM-SE!

Que haja silêncio, o amor, tão mal amado,

adormeceu ao beijo do luar.

A recobrí-lo, pálio constelado,

onde anjos tecem tramas do sonhar.

Cale o jasmim, seu canto perfumado,

e que as corujas deixem de piar.

Só não se cale o verso enamorado,

que a viola triste teima em soluçar.

Talvez as notas cheguem, de mansinho,

a um coração que ao longo do caminho,

perdeu-se em nuvens de ilusão... Qual pó!

E o arrebate, até que, enfim, entenda,

que só o carinho é que constrói a senda,

para que o amor não mais esteja só.

Patricia Neme
Enviado por Patricia Neme em 12/10/2013
Código do texto: T4522623
Classificação de conteúdo: seguro