SINGELEZA

Pés libertos da austera prisão dos sapatos,

prato fundo com leite, café, pão migado;

reviver meus amados, em velhos retratos...

Meu cachorro dormindo, aqui, bem ao meu lado.

No aconchego de amigos, instantes pacatos,

repartir teto e chão com quem for deserdado.

Minha Mãe... Sempre exemplos de amor em seus atos...

Fé, que torna o caminho seguro e sagrado.

Girassóis a sorrir, Bach, Beethoven, Tagore...

Ousar crer que um amor em meu peito inda ancore...

Não temer fenecer no declínio da idade,

pois no passar dos anos, a felicidade

que qualquer desventura ou sofrer, ameniza:

meu cantar de poeta... E ser "vó" da Luíza!

(in Sonetos em Dor Maior)

Patricia Neme
Enviado por Patricia Neme em 07/10/2013
Reeditado em 13/10/2014
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