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Te deixo quadros, livros, cobertores,

- e o ciúme, sempre tão sem fundamento! -;

também cada panela... E “Os Três Tenores”...

- por fim, se esgota o veio do tormento -.

A casa... E esse jardim sempre sem flores...

- qual foi nosso viver: de amor isento!-;

os móveis – e quaisquer outros valores...

É tudo teu, sem queixas, sem lamento.

Comigo... Vão uns restos de esperança,

pedaços de um sonhar que não se cansa

de acreditar que a vida não morreu.

Comigo, do existir, a liberdade,

e o alívio de não mais sentir saudade

de tudo quanto fui... E ainda sou eu!

(in Sonetos em Dor Maior)

Patricia Neme
Enviado por Patricia Neme em 06/10/2013
Reeditado em 13/10/2014
Código do texto: T4513425
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