VERSOS MOLHADOS

Respinga a lua seu olhar tristonho,

em gotas mansas beija o adormecer

dos versos, tantos... Que, por ti, componho...

E enquanto eu rimo, a noite faz chover!

Densa neblina no olhar do meu sonho...

É chuva, é pranto... Nem sei mais dizer...

E uma saudade, que jamais transponho,

molha as janelas deste meu viver.

E na vidraça vejo a minha imagem,

chora a vidraça... O choro é meu? Bobagem...

É a tempestade que já se avizinha.

Não mais escrevo, guardo meu caderno

e dou-me conta que chegou o inverno

de uma esperança... Que morreu sozinha!

(in Sonetos em Dor Maior)

Patricia Neme
Enviado por Patricia Neme em 04/10/2013
Reeditado em 13/10/2014
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