DESALENTO
Em cada verso, esgarço minhas veias,
rasgo minh’alma, sangro o coração;
quero exaurir o quanto me permeias...
Ou perco o rumo e a lúcida razão.
Um só olhar... E já me desnorteias...
Um teu sorriso... Acende-me a paixão...
Tuas palavras tecem densas teias
onde me enredo e perco a paz e o chão!
Como expulsar-te das minhas entranhas,
se eu mesma vivo a me propor barganhas...
Te alijo em rimas... E sonho te amar.
Cada soneto é um grito de saudade,
do amor intenso que meu ser invade...
E anseia, tanto... Por fim, te olvidar!
(in Sonetos em Dor Maior)