DESALENTO

Em cada verso, esgarço minhas veias,

rasgo minh’alma, sangro o coração;

quero exaurir o quanto me permeias...

Ou perco o rumo e a lúcida razão.

Um só olhar... E já me desnorteias...

Um teu sorriso... Acende-me a paixão...

Tuas palavras tecem densas teias

onde me enredo e perco a paz e o chão!

Como expulsar-te das minhas entranhas,

se eu mesma vivo a me propor barganhas...

Te alijo em rimas... E sonho te amar.

Cada soneto é um grito de saudade,

do amor intenso que meu ser invade...

E anseia, tanto... Por fim, te olvidar!

(in Sonetos em Dor Maior)

Patricia Neme
Enviado por Patricia Neme em 02/10/2013
Reeditado em 13/10/2014
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