INVERDADE
Mentira, eis o que foste... Em verso e prosa...
Palavras sem sentido, sem verdade;
foste a promessa vã, oca, insidiosa...
Foste a razão da minha insanidade!
Eu, tola, acreditei... Crença impiedosa,
pois deu-me de beber dor e saudade.
Por ti, fui flor maior, vesti-me em rosa...
Que desfolhaste, isento de piedade.
Por que te cri, por que tanta inocência?
Austera solidão... Alma em carência?
No verbo falso eu vi jura eternal.
Que herança tão amarga me deixaste...
Porém, também a ti te condenaste,
pois sabes que és, por sempre, vil metal!
(in Sonetos em Dor Maior)