SERÁ?

Quando eu adormecer, de amor tamanho,

quando o silêncio for meu repousar...

E eu for além de um viver enfadonho...

Eterna busca... E nunca te encontrar...

Deus sabe... Rogo, peço... Até barganho...

Se chega aos céus o som do meu clamar?

Sem ti, o mundo é hostil, cruel, tacanho...

Navego... E é permanente o soçobrar!

Quando eu partir... Por fim o teu sorriso,

será porto final deste impreciso

viver... Que não viveu... Só te buscou?

Só reclamou por ti... Ingrata espera,

a me esmagar o peito, era após era...

Ou não te lembrarás de quem eu sou?

(in Sonetos em Dor Maior)

Patricia Neme
Enviado por Patricia Neme em 29/09/2013
Reeditado em 13/10/2014
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