SERÁ?
Quando eu adormecer, de amor tamanho,
quando o silêncio for meu repousar...
E eu for além de um viver enfadonho...
Eterna busca... E nunca te encontrar...
Deus sabe... Rogo, peço... Até barganho...
Se chega aos céus o som do meu clamar?
Sem ti, o mundo é hostil, cruel, tacanho...
Navego... E é permanente o soçobrar!
Quando eu partir... Por fim o teu sorriso,
será porto final deste impreciso
viver... Que não viveu... Só te buscou?
Só reclamou por ti... Ingrata espera,
a me esmagar o peito, era após era...
Ou não te lembrarás de quem eu sou?
(in Sonetos em Dor Maior)