ESPERANÇA
Esperança... É loucura... Devaneio...
O apogeu que há em minha insanidade,
de arrancar de minh'alma todo freio
e, sem bridas, gritar minha saudade.
Esperança é o cantar do meu anseio,
meu rogar, suplicando a eternidade
encontrada em teus braços... No permeio
dos carinhos da nossa liberdade.
Esperança... É o pulsar, atroz, fremente,
é o desejo explodindo, intransigente,
de fundir-se, entregar-se, sem pudor!
É viver e morrer, a cada instante...
É perder-se e encontrar-se... É dor errante...
É o vazio... O luar... É o tom do amor!
(in Sonetos em Dor Maior)