SILÊNCIO!

Serena, dor, serena teu lamento,

as flores não verão a primavera.

A terra é morta... Já não tem alento...

Morreu pela tristeza que há na espera.

Serena, dor, abafa o teu tormento;

não vês? A jura foi vã, insincera...

Entrega-te ao torpor do esquecimento

e entende: o amor é só tola quimera.

Os sonhos? Joga ao vento e dize adeus,

só guarda os passos dos caminhos teus...

E segue, mesmo além da tua vontade.

Serena, dor, serena, eis que amanhece...

Contempla o que o destino te oferece...

E apaga os rastros fundos da saudade.

(in Sonetos em Dor Maior)

Patricia Neme
Enviado por Patricia Neme em 25/09/2013
Reeditado em 13/10/2014
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