ELEGIA GITANA

No rodopio, pés beijando a terra,

eu me desnudo de toda razão;

meu peito é o campo onde o viver se encerra...

E a flor é o fruto de minha emoção.

Eu danço a vida, danço a paz e a guerra,

danço os acordes de intensa paixão.

Danço a saudade que meu ser desterra

ao mundo escuro da desilusão.

Sons de violino, noite constelada,

a lua tece em prata tênue estrada...

Uma fogueira... E o amor me incendeia.

E do infinito crio a nossa tenda,

o eterno êxtase a nós se desvenda...

Em nossos corpos o prazer campeia!

(in Sonetos em Dor Maior)

Patricia Neme
Enviado por Patricia Neme em 24/09/2013
Reeditado em 13/10/2014
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