ELEGIA GITANA
No rodopio, pés beijando a terra,
eu me desnudo de toda razão;
meu peito é o campo onde o viver se encerra...
E a flor é o fruto de minha emoção.
Eu danço a vida, danço a paz e a guerra,
danço os acordes de intensa paixão.
Danço a saudade que meu ser desterra
ao mundo escuro da desilusão.
Sons de violino, noite constelada,
a lua tece em prata tênue estrada...
Uma fogueira... E o amor me incendeia.
E do infinito crio a nossa tenda,
o eterno êxtase a nós se desvenda...
Em nossos corpos o prazer campeia!
(in Sonetos em Dor Maior)