SAUDADE
O cantar dos teus olhos me oferta o infinito,
onde os sonhos centelham minh'alma gitana;
teu sorriso é prenúncio do amor em seu rito
de perder-se, encontrar-se... E explodir em nirvana.
Teu perfume me incita ao desejo irrestrito,
qual bendita paixão, qual loucura profana...
Se nos dias do Tempo, maktub, veio escrito,
és meu sol e eu, luar, que tua noite engalana?
Dentro em mim és a vida, o pulsar do universo,
és a fonte onde sorvo o cantar do meu verso...
Dentro em mim uma espera... Ilusão... Soledade,
que não sabe onde estás, mas teus passos pressente,
que te busca por sendas de solo plangente...
Que transcende a existência e me envolve em saudade.
(in Sonetos em Dor Maior)