NÃO MINHAS

Não minhas, talvez doutro alguém,

São estas penas de carpir lamentos,

Mas se eu não sou aqui de ninguém,

Como levar uma vida só de tormentos?

Construo a minha base a partir do nada,

Ah, quem me dera, ser só o que quer,

Quando a pena enfim fosse resgatada,

Num jardim só de flores e malmequeres!

Procuro por mim a todo o instante,

Sou ser duplo em constante convulsão,

E sou apenas o que não leva avante,

O seu opróbrio, e se deixa envolver,

Pela tímida razão do fausto coração,

Que não encontra razão para viver.

Jorge Humberto

07/04/07

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 11/04/2007
Código do texto: T445644