Lachrimae
 
E vou tomar-te a mão enregelada,
beijar-te a face encanecida e fria,
cuidar-te o véu da inação sombria
no trevoso leito teu, ó minh’amada!
 
Cruel mudez selou tua voz velada!
Inda hei de ouvi-la pelos umbrais,
nas pedras frias das vazias catedrais,
no silêncio dum’ermida abandonada...
 
Teus lassos risos eternamente ecoarão
nos desertos do meu esvaído coração,
tão devastado após a tua partida!
 
Busco consolo nos anjos que choram
pelos jazigos soturnos onde afloram
as lágrimas que choraste pela vida...
 
Aleki Zalex
Nov/2012
Aleki Zalex
Enviado por Aleki Zalex em 25/05/2013
Código do texto: T4308530
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