NÃO SOU DE NINGUÉM
Não sou de ninguém, talvez
De um outro, que aqui não está,
E espero sereno a minha vez,
Para ser só o que não há.
Minha eterna saudade de mim,
Minha saudosa resignação,
Lembra-me o que fui para ti,
Quando eu ainda era só coração.
Recolhi-me ao mistério de meu
Ser, descobri as diferenças,
Quando o que tinha também era teu.
E nesta circunstancial ponte,
Entre o que fui e as minhas ausências,
Redescubro, enfim, a minha fonte.
Jorge Humberto
27/03/07