Aborto

Quando se transforma o útero pra vida,

Num poema de luz maravilhosa,

É o próprio Deus com mão misteriosa,

Mudando a argila em carne enternecida.

Mas, grande mão infensa, desmedida

E projetada fúria dolorosa,

Nada impede a esgueirada criminosa,

De atentar contra a luz desprotegida.

Então jogando as cartas sobre a mesa

E o réu, se réu existe e sem defesa,

Tem sobre o peito a faca que lhe corta.

Felizes vão agora os assassinos,

Lambendo o sangue, tal qual os felinos

E mais uma criança fica morta.

Alagoinhas-BA., 03/05/2013

Um Piauiense Armengador de Versos
Enviado por Um Piauiense Armengador de Versos em 13/05/2013
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