CONTRAPONTO
Sou tudo aquilo que há e o que não há,
Génio incompreendido, entre os demais…
Ah, não ser eu, como o verme, que está
Para a terra como a terra para os animais.
Se dou não digo que dou, se tenho não
Digo que tenho, sou toda esta música
Inaudível, que, ao longe, tem seu senão,
Se escutada imparcialmente como música
Em si, e não como uma orquestra inteira,
Que nos dá a sensação de não estarmos,
Quando em realidade estamos em sua esteira.
Muito se apoquentam os falsos heróis,
Génios do mal… se com eles falarmos,
Das flores enrubescidas dos girassóis.
Jorge Humberto
25/03/07