ROSEACRUZ (a Fernando Pessoa)
Mestre, são plácidas as minhas mãos,
Meu caminhar é incerto e inseguro,
Minha tez desperta meus senãos…
Em cruz me disponho e ao futuro.
Mestre, se não me indicas o caminho,
Como poderão meus passos ser provir,
Aqui me encontro, e vou sozinho,
Ó Mestre, procurar o que estou a sentir!
Mas, ó Mestre, se nem eu sei o que sinto,
Como então saber o que há-de vir,
Se isto é tudo e nada do que pressinto!
Mestre, para quando, aqui, o teu semblante!
Se nem eu sei para aonde ir,
Como saber de tua chegada doravante.
Jorge Humberto
24/03/07