PSIQUE
Não deste, nem de alguém,
São estas penas de carpir,
E eu, que não sou de ninguém,
Levo a vida sempre a fingir.
Finjo o que sou e o que não sou,
Real imaginário de meu ser,
E se finjo, quando estou,
Tudo isso é só um parecer,
De quem me olha por fora,
Julgando-me, inda antes de ficar,
Quando em verdade me fui embora.
E a vida é um relógio de cordas,
A mostrar-me o que é estar
Parado nas horas mornas.
Jorge Humberto
26/03/07