O HOMEM DO LEME
Lá vai a traineira, levando o homem do leme,
Traz consigo a pescaria, das águas até ao porto.
Das agruras do tempo, ele não deve nem teme,
Sejam elas marés vivas ou périplo mar morto.
O pescado amontoa-se junto ás praças vizinhas,
E o homem do leme vê o seu peixe ser alugado,
Pelos retalhistas, que o levam para as cozinhas,
Antes deste com o tempo se ter enfim estragado.
É uma vida dura esta de pescador, nem tem igual,
Saem pela madrugada com as redes prontificadas,
A serem largadas nas águas do restrito manancial.
Restrito porque o pescado já escasseia, pela pesca
Desenfreada, de outros tempos, agora unificadas,
Pelas organizações de pescadores, que aqui atesta.
Jorge Humberto
23/03/07