CADELA, TÃO... BELA (*)

Essa mulher que se arremessa, fria

E lúbrica aos meus braços, e nos seios

Me arrebata e me beija e balbucia

Versos, votos de amor e nomes feios

Essa mulher, flor de melancolia

Que se ri dos meus pálidos receios

A única entre todas a quem dei

Os carinhos que nunca a outra eu daria

Essa mulher que a cada amor proclama

A miséria e a grandeza de quem ama

E guarda a marca dos meus dentes nela

Essa mulher é um mundo – uma cadela

Talvez...- mas na moldura de uma cama

Nunca mulher nenhuma foi tão bela!

(*) Vinicius de Moraes, "Soneto da Devoção".

Lobo da Madrugada
Enviado por Lobo da Madrugada em 23/03/2007
Reeditado em 12/02/2009
Código do texto: T423532
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