Fim de tudo!...
Talvez, caia, amanhã, na minha vida, o pano
Que marca o fim, a derradeira folha escrita
No livro que se fecha pela mão bendita
Do Eterno Extirpador do sofrimento humano!...
E as minhas emoções! O meu amor candente!...
As ilusões! Os sonhos que sonhei um dia!
Silenciarão comigo, numa tumba fria,
Erguida no planalto, sob a brisa olente!...
E tudo que passou: o pranto! o riso! a dor!
A noite mal dormida! O delirante amor
Que nos prendeu, assim, mal grado as queixas tuas!
Tudo, afinal, querida, havido entre nós dois,
Será esse vazio que há de vir depois...
Saudades! Solidão! Desesperanças nuas!...
Maio de 1966.
QUANDO CAIR O PANO
Talvez, caia, amanhã, na minha vida, o pano
Que marca o fim, a derradeira folha escrita
No livro que se fecha pela mão bendita
Do Eterno Extirpador do sofrimento humano!...
E as minhas emoções! O meu amor candente!...
As ilusões! Os sonhos que sonhei um dia!
Silenciarão comigo, numa tumba fria,
Erguida no planalto, sob a brisa olente!...
E tudo que passou: o pranto! o riso! a dor!
A noite mal dormida! O delirante amor
Que nos prendeu, assim, mal grado as queixas tuas!
Tudo, afinal, querida, havido entre nós dois,
Será esse vazio que há de vir depois...
Saudades! Solidão! Desesperanças nuas!...
Maio de 1966.
QUANDO CAIR O PANO
Quando cair o pano e eu depuser a vida
no altar do julgamento e o Cosmo Onipotente
avaliar meu passo e a senda percorrida,
onde ofertei-me à Terra em flor, fruto, semente...
Quando cair o pano e a amara despedida
tentar esmaecer o amor em mim latente,
entretecendo véus que mantenham retida
a busca por teu ser, da aurora ao sol poente...
Então hei de romper o meu limite humano,
para enfrentar, no azul, o olhar do Grande Arcano,
rogando eu te reencontre ainda uma vez mais.
Para dizer que te amo, amor por sempre eterno,
além da pequenez que há entre o céu e o inferno,
que numa tumba fria não finda, jamais!
Patricia Neme