DANÇANDO COM BACO

Agora, que a tarde se põe, sou parte integrante

Da natureza, e a noite parece que me mente…

Porque sou tudo o que se vê e não vê, insinuante

Como a lua que se põe e, enfim, me desmente.

Dançando à lua, sou Baco, bebendo da fonte

O néctar da vida… e é por isso que me proponho

A entrar neste frenesim, como se fosse uma ponte

Para outros mundos, onde me disponho,

A ser a Terra, a Lua e o Fogo, sem cessação

Da música, que nos eleva ao mais alto de nós,

Simples mortais, em ritos de intensa fornicação.

Rogo aos semi-deuses a sua presença aqui…

E todos os jardins floridos já não estão sós,

Quando a loucura toma, por fim, conta de mim.

Jorge Humberto

16/03/07

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 16/03/2007
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