VIDA MEIA

Tenho na alma o silêncio em meu sofrer,

tenho a sombra da dor como alimento!

Tenho a luz que roubada em meu tormento

se faz cinzas de mágoa no meu ser...

De tristeza é meu ego... O que dizer?

O olhar do meu peito em um momento

bateu firme no estranho sentimento

de ter sonho de pó, choro em viver!

Rude pranto que envolve minhas horas

como ventos dispersos, por que choras?

Será pouca a desgraça de olhar duro?

Retalhada minha alma a morte anseia

num sepulcro total, a vida meia,

ter um sonho real de um viver puro!