AMOR
Se não falo de amor, que amor é esse?
Toma a mim e aos outros num assombro.
Espadas quentes, sol a pino, esquece
Meu pensamento no dilúvio e conto
Que o amor, ondas fluidas, recomeço
É uma linha, desespero e ruído.
Velho livro já muito tempo lido
Toma a mim, sempre mudo e inteiro.
Amor, palavra chave a unir as bocas
Rio submerso subversivo tenta-as
Num encontro de sonhos e pesadelo.
Oceano olhos acesos casas ocas
Preenchidas por ondas suspensas
Significado dúbio: vontade ou devaneio?