É A ROSA
Nas rodas antigas o freio e a vida
É a rosa, desgosto, gosto do mundo
Frágil, sublime, aos poucos ferida
Viva num instante, morta num segundo.
A entreter o poeta num beijo longo
Ao desfalecer é pedra, mar e cio,
Conchas de luz no céu onde ponho
Um poema um tanto escorregadio.
E foge de mim assim como o mar,
E foge de mim sem sequer pensar,
E foge de mim sem mesmo olhar.
É a rosa, tanto doce quanto amarga,
É a rosa metade da madrugada,
É a rosa, poeira e mais nada.