SEMPRE UM JUDAS
Odeio-te sol cruel, espelho do meu espanto!
Fazes-me ver este horizonte de horrores:
A desventura, a indiferença, minhas dores,
A boiarem nas águas frias do meu pranto!
Teu lume queima a realidade, e me dói tanto,
Que me estremeço ao embalo dos temores...
Segue, feroz cobarde, e por onde tu fores,
Jamais volvas a clarear este meu manto.
Ó noite bela! Abre teus braços ao falso!
Deita em teu colo as trevas do meu selo,
Sê a guardiã fiel contra o mal que calço!
Visões, torturas e espectros dão-me zelo!
Ó sono vil! Ó Judas que me dá regaço,
E entre beijos me entrega ao pesadelo!
Odeio-te sol cruel, espelho do meu espanto!
Fazes-me ver este horizonte de horrores:
A desventura, a indiferença, minhas dores,
A boiarem nas águas frias do meu pranto!
Teu lume queima a realidade, e me dói tanto,
Que me estremeço ao embalo dos temores...
Segue, feroz cobarde, e por onde tu fores,
Jamais volvas a clarear este meu manto.
Ó noite bela! Abre teus braços ao falso!
Deita em teu colo as trevas do meu selo,
Sê a guardiã fiel contra o mal que calço!
Visões, torturas e espectros dão-me zelo!
Ó sono vil! Ó Judas que me dá regaço,
E entre beijos me entrega ao pesadelo!