Um velho Soneto

Em meu peito cresceu esta paixão

Furtando de mim cada momento

Como quem rouba de uma ampulheta o seu grão

Deixando rimas vazias em um velho soneto.

E eu que pensei ser este o meu direito

Viver um grande amor nessa vida

Mas me foi arrancada a esperança do peito

Que com tristeza me dizia: Boa despedida!

Meu amor por ti havia jurado

Que não seria apenas uma pequena flecha de cupido

Com certeza disso lembro ter pensado.

Antes meu amor seria um arpão sentimental

Que rasgaria o seu coração sem fazer mal

E te traria junto a mim, feliz e calado.