Visita I
Quando bateste um dia em minha porta,
Eu estava fraco e roto da batalha,
Ouvindo o grasnar fúnebre da gralha,
A andar sobre minha alma quase morta.
Mas trouxeste a palavra que conforta,
Retirando-me o corpo da mortalha,
Com teu riso brilhante que agasalha,
Uma esperança nova sempre posta.
Mas tudo passou tão celeremente,
Como um incontrolável furação,
Tombando o que encontrava pela frente.
Foste em tão pouco tempo imenso traste,
Deixando este meu tolo coração
Ainda pior que quando me encontraste.
Alagoinhas-BA., 13/12/2012