Saudade V

Eu canto a minha terra como tantos

A tem cantado, canto amargurado

Em silêncio, tal boi puxando o arado,

Tendo a canga premindo a nuca e os prantos.

Não sou de ruminar os desencantos,

Nem de exumar cadáver enterrado,

Se choro a minha dor aqui calado,

É para afugentar meus espantos.

É a saudade dor que não tem cura,

Quanto maior, maior é a loucura,

Sufocando-me a alma adstringida.

Sou ave migratória sem sossego,

Em parte alguma encontro paz e apego,

A saudade adoece a minha vida.

Alagoinhas-BA., 27/08/2009