ASSIM CAMINHA A HUMANIDADE
Colocaram o horário de verão
Bem no meio de minha primavera
Acabaram-se as manhãs e tardes belas
Deturparam com brutal intervenção
Expulsaram andorinhas e pardais
Que alegravam o entardecer no interior
Adejando os framboians e cada flor
Pra depois polinizar os cafezais
Impuseram a prematura sapiência
E roubaram a inocência do amor
Das crianças foram-se a ingenuidade
Não há mais o frescor da adolescência
Todos estamos reféns do computador
E assim vai caminhando a humanidade.
(Idal Coutinho)