Vulcões
 

Tudo é frio e gelado. O gume dum punhal
Não tem a lividez sinistra da montanha
Quando a noite a inunda dum manto sem igual
De neve branca e fria onde o luar se banha.
 
No entanto, que fogo, que lavas, a montanha
Oculta no seu seio de lividez fatal!
Tudo é quente lá dentro… E que paixão tamanha
A fria neve envolve em seu vestido ideal!
 
No gelo da indiferença ocultam-se as paixões
Como no gelo frio do cume da montanha
Se oculta a lava quente do seio dos vulcões…
 
Assim, quando eu te falo alegre, friamente,
Sem um tremor de voz, mal sabes tu que estranha
Paixão palpita e ruge em mim doida e fremente!
 
Florbela Espanca








 Nota: Amigos, só partilhei este soneto de Florbela em minha página, não costumo publicar aqui textos que não sejam de minha autoria, porque o recitei. O intuito dessa página é o de partilhar a letra, porque algumas pessoas pediram que  eu pusesse a letra para  que pudessem acompahar a recitação.  O intuito maior é que ouçam o soneto recitado por mim!

Cliquem no link abaixo e ouçam! É isso!

Beijos nas almas! Rs!



http://www.recantodasletras.com.br/audios/poesias/51645


 
Florbela Espanca
Enviado por Ariadne Cavalcante em 23/10/2012
Reeditado em 20/04/2015
Código do texto: T3948296
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