MÃOS PARA O ALTO, À BAILAR. . .
Olho a vida, que passa celeremente,
Observando a sucessão de paisagens;
Esperando que, escondido em uma delas,
Encontre um caminho que me leve à verdade.
Eu, que me sinto tolo e incompleto:
Homem finito, de asas cortadas,
Habitante de um corpo provisório,
Num breve hiato entre berço e túmulo,
Caminho entre sortilégios e encantamento,
Que me limita a liberdade e a imaginação,
Enquanto sou atirado às garras da apatia.
Mas, resisto, rompendo a redoma
Escura que insiste em me aprisionar;
E saio por aí, mãos para o alto, a bailar. . .
- por José Luiz de Sousa Santos, o JL Semeador, na tarde cinzenta de sexta-feira, na Lapa, dia 19/10/2012, enquanto ouço a Ópera Carmen, de Georges Bizet –