Soneto dos meus trinta anos

Sente-se a falta do calor humano.

Sente-se a falta de não ter um plano.

Atrasado, arrasado, sem horário...

Vive-se a vida em busca do salário.

Vive-se o mundo assim tão solitário.

Sente-se a dor que vem no aniversário

Em que o tempo lhe mostra o ledo engano

De ilusões que se criou ano após ano.

Canta-se ao mundo inteiro o desconforto

Ao perceber seus sonhos distanciando.

Porém, se cantas: porque não estás morto.

Conecta-se. Transforma-se, minguante!

Reascende-se a vida sempre quando

Busca-se pela flor que existe adiante.