SARGAÇOS DE TUDO
Sou poeta de destroços, planto escombros
no caminho, semeio essas ruínas
feito versos que morrem, já que o tempo
é a única força que me resta.
Sempre escolho as derrotas mais inúteis,
os sargaços de tudo, o mimetismo
dos espíritos fracos, dos insones,
dos acotovelados na amurada.
Quando Deus arquiteta monumentos
à própria divindade, verdejando
campos, transubstanciando mares, calo.
- Pois as frágeis muralhas que arquiteto
desmancham-se ao mais leve movimento,
ao toque de quem sonha, feito brisa ...