SONETO AO AMOR

Meu amor não tem distância, minha alma é pura,

Meu coração é solene, como tudo o que fenece

E se torna em tortura, e logo se desvanece.

Meu sonho vai mais além, minha tez é impura,

E eu vivo torturado além de mim e da minha cura.

Sou como o mar à beira praia, onde se esquece

A areia que é dela, e nela é querida e arrefece.

Minha vontade não tem preço, meu ser perdura

Com a força dos braços, que não permanece.

Minha carne não cede, minha mente é demente

E eu sigo apaixonado como tudo o que consente.

Meus músculos retesados, meu sangue que esquece,

Minha boca de cerejas, minha fruta permanente,

Traz-me aqui o amor, assim, num repente.

Jorge Humberto

22/02/07

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 22/02/2007
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