SEPULTADO VIVO
Louco silêncio jaz no meu semblante
igual a dor de um cortejo funéreo...
Minha alegria se arrasta ao cemitério
com meu sorriso morto adiante...
Meu pranto uiva na alma agonizante
e minha lágrima almeja o necrotério!
Minha mortalha canta ao saltério
e minha voz se esguia balbuciante...
Sinto a morte no incenso do olfato,
sofrendo o medo na voz do meu retrato
e a terra fria pintando a epiderme...
No ataúde de cedro e austero
uma toalha de linho é o que quero
para limpar da boca tanto verme!