ANTIDEPRESSIVOS
Quem ama perde a fome, o sono, a cor,
Vagueia como um morto dentre os vivos.
Hoje, só não se morre mais de amor
Porque inventaram antidepressivos.
Mas isso só prolonga e aumenta a dor,
Que o frio e a morte, antigos lenitivos,
Se afastam desse pobre sofredor,
Mas nada aplaca os golpes aflitivos...
E ainda, nesta era digital,
O antigo amor, se sem correspondência,
Entre balas e bombas, é punhal.
Pois só pro amor, pra morte e pra loucura
Que a tecnologia, a mente e a ciência
Ainda não descobriram uma cura...
02/09/2012