Soneto de Morte
Pífio delírio percorre a medula
Rosto sinistro oculto nas trevas
Medo hediondo que não se estipula
Fama de horrenda, ó morte, tu levas.
Sim, tu me tiras pavores e dor
Lágrimas tristes, pesadas, furtadas
Caem dos olhos sem dolo, sem cor
Chegam ao chão taciturnas, caladas.
Basta! Maldita, tu foste vencida
Quando morreu numa cruz Doce Vida
E ressurgiu dentre os mortos. Amém!
Morto pro mundo, mas vivo pra Cristo
Deste Deus meu sinto que sou bem-quisto
Livre da morte, eu sou Seu refém.
//Diante da situação atual do meu pai, que está em coma no hospital, posto este soneto.