DEVANEIO
Choro à mágoa que minha alma te escreve
e a dor que avivente se reparte!
Do meu pranto, teu canto que se farte
e em mil rios de afeto que se enleve...
Este amor que amar tanto não deve
num suspiro de medo que se enfarte!
Se converta em meu peito o baluarte
do sofrer que me queima em branda neve!
Que meu canto de amor seja um protesto
ao rigor do desprezo do teu gesto
que tirano aos teus pés vis me sujeita...
Essa dor, nos meus olhos, rigorosa
jamais fira teu rosto cor de rosa...
Meu tormento é consolo que te enfeita!