ABRASANDO

Meu viver todo em treva, minha amada,

que no amor se estreita e me resiste

é um orvalho real, um amor triste

numa sombra em penumbra desolada...

No mistério de pranto a alma ilhada...

No espanto de amor um mal existe!

Sem consolo, amar-te o amor persiste...

Tenho em ti a minha alma sepultada...

Este rio de amor que jorra e fere

num tormento de nada que prefere

se queimar muito linda num ruído...

Sou assim esta chama em todo instante,

num suplício de dor tão delirante,

que ilumina a noite em meu gemido!