VIL DESEJO
Meu ser, na razão, aprisionado,
na ríspida paixão viril se ufana...
Se a força do amor me é insana
na imortal ternura sou marcado!
Não domo o meu ser pra ser amado
nem forço o destino... Este me engana!
A loucura fiel de mim se emana
na feroz curva vaga do meu fado!
É de amor meu túmulo neste mundo!
De murmúrio meu peito é profundo,
de lamentos no olhar é meu cortejo...
Inundado meu ego em desventura
já aprecio a voz da sepultura
e suspirando me perco em vil desejo!