NOITE
O pesar desta noite tanto humilha
meu amor num luar de estrela impura!
Cruel mágoa é gerada na amargura
dum soluço que em minha alma fervilha!
A aurora não vem e a noite empilha
ilusões de saudades na tortura...
Como pingos de luz na noite escura
um imenso “talvez” me maravilha!
Noite escura e tão triste não me aquece!
Por que, noite, este erro nunca esquece?
Do que ris? Desta dor cruel, amarga?
Choro baixo ao luar e triste eu vago
pelo escuro ao som rude em triste lago...
Nesta ânsia rastejo em fala larga!